O Amarone della Valpolicella é um dos vinhos mais emblemáticos da Itália, amplamente reconhecido por sua complexidade, intensidade e riqueza de sabores. Elaboram esse vinho icônico a partir de um blend de uvas autóctones, que carregam consigo a história e a tradição vitivinícola italiana. A produção concentra-se na região de Valpolicella, no Veneto.
Variedades de uvas do blend Amarone
As principais variedades utilizadas no Blend Amarone são a Corvina, a Rondinella e a Molinara. Cada uma dessas uvas desempenha um papel essencial na composição final do vinho. A Corvina é a protagonista, contribuindo com sua estrutura, sabores de cerejas maduras e taninos macios. Já a Rondinella adiciona frescor e notas herbáceas, enquanto a Molinara traz um toque de acidez e leveza, equilibrando a potência do blend.
Método de produção
O método de produção do Blend Amarone também é o fator-chave para sua singularidade. Após a colheita, selecionam cuidadosamente as uvas e as deixam secar em esteiras ou caixas abertas, em um processo chamado ‘appassimento’. Durante esse período, que pode durar de 100 a 120 dias, as uvas perdem até 40% de seu peso, concentrando seus açúcares e intensificando os aromas. Esse técnico processo resulta em vinhos encorpados, com teor alcoólico elevado e sabores profundos de frutas secas, especiarias e chocolate amargo.
A descoberta do blend Amarone
A descoberta do Blend Amarone, porém, foi um acaso da natureza. Segundo a lenda, o vinho surgiu de um erro na produção do Recioto, um vinho doce tradicional da região. Durante a fermentação, um produtor deixou o processo continuar além do planejado e permitiu que todo o açúcar residual se convertesse em álcool.O resultado foi um vinho seco, mas incrivelmente rico e saboroso, que recebeu o nome de “Amarone”, derivado de “amaro”, que significa “amargo” em italiano.
Atualmente, celebram o Amarone della Valpolicella mundialmente como um exemplo de tradição e excelência italiana. Cada garrafa carrega não apenas a arte do cultivo das uvas Corvina, Rondinella e Molinara, mas também o conhecimento transmitido por gerações de viticultores dedicados.
Texto de Tatiane Moretto – sommelière